quinta-feira, 24 de março de 2011

Lisboa

Dia Branco.
Em cima da cabeça brilho do branco, e cinza também. Há uma grande foligem cinza pela cabeça dos que por aqui estão agora.
É o dia branco, e uma vida cinza. Longos cinzas de vidas brancas cansadas de tantos dias cinzas.
Acho que com certeza tem espaço para esses dias cinzas e para os brancos também, mas eles se repetem tanto nessa terra que eu já me sinto branca, com algumas cinzas na cabeça.

Luso e Liso

Sim você chegou! É engraçado te esperar, e saber que um dia você baterá em minha porta, com movimentos vagarosos, como se não quisesse entrar de verdade, e bem de leve você invade meu espaço e cobre as paredes e todo o teto com sua bruma impenetrável. Eu estou iluminada agora, sim. Todo meu rosto e meu corpo recebem a luz do sol que atravessa minha janela. Mas sim bruma, agora que você entrou sem ser convidada meus olhos não brilham mais. Na verdade eles brilham muito, mas você consegue filtrar os raios mais poderosos de alegria e deixa-los lisos, sem o movimento. Tudo esta liso agora, o chão está liso, minhas mãos estão lisas e até meu cabelos estão lisos.
Eu preciso tomar um banho e lavar meus cabelos com um shampoo melhor! Sim é isso que tenho que fazer, e quem sabe sobra um pouco de água para limpar as paredes, o teto e o chão.