Os cheiros. Sentido cravado na minha essência pois dele eu materializo todos os outros. O cheiro tem cor, eu fecho os olhos, sinto o cheiro doce da sua pele e vejo cores que iluminam o espaço. Construo seres e personalidades incríveis simplesmente com ponta do meu nariz. viajo no tempo como uma caixinha de memórias, e a cada cheiro que me recordo, vejo as cenas que se passaram por toda a minha vida. Não, sinto o cheiro dos momentos vividos! O cheiro arrepia. Transformo aquele fedor de cigarro misturado ao perfume em um veneno sedutor.
O que te expira?
As faltas. Todo mundo as tem mas existem algumas inadmissíveis. Falta da cor. A vida é cor e arte, ai outra falta importante! No ar que respiramos a arte não pode faltar, é oxigênio. Movimento, porque obviamente a falta dele me traz o tédio da vida.
Entre uma inspiração e outra há sempre o descarrego da poeira que consome esse ar puro. Ai eu expiro, elimino a cada ciclo renovado de ar as partículas mais nocivas pra minha alma. Num círculo vicioso, brigamos por saber dosar a inspiração e a expiração, porque obviamente sempre buscamos por mais inspiração. Queremos sempre encher o peito com a novidade do mundo, se entorpecer até ficar zonza com tanto volume dentro da gente. Mas o grande segredo está na expiração.
Ontem comecei a expirar mais forte, comecei a eliminar seres indesejados que paralisavam meu corpo, que contribuíam para a auto-destruição interna. Hoje expirei mais forte, e doeu com profunda tristeza.
O corpo vem se preparando para expirações mais fortes, mas essa massa densa saiu junto com as lágrimas, dor no corpo e na alma e se vai com toda a poeira do ar.
Apesar de tudo, minhas inspirações continuam superando as expiração, contradição! Porém, o ciclo continua, porque nesse meio do caminho nada pode parar:
inspiro...
expiro...
respiro.
ahhh, meu amor! Nos joguemos....
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